Lab4 - Introdução
Nosso laboratório estuda as vias moleculares da transformação maligna através da indução do oncogene KRAS. Diversos mecanismos moleculares desencadeiam o câncer de pulmão, sendo que um dos principais mecanismos são as mutações no oncogene que codifica a GTPase KRAS, que resultam na ativação constitutiva desta GTPase. Devido a falhas em ensaios clínicos para inibição direta da atividade biológica da KRAS, componentes das vias de sinalização dependentes de KRAS vêm sendo estudados como alvos terapêuticos indiretos para o tratamento de neoplasias com mutação neste oncogene. O nosso grupo demonstrou recentemente que um dos componentes importantes das vias desencadeadas por KRAS é a quinase Aurora A (AURKA). A AURKA é um mediador oncogênico dependente de KRAS em células pulmonares transformadas por essa GTPase e sua inibição reduz as propriedades oncogênicas de forma dependente da presença de KRAS. Entretanto o papel desta quinase para a formação e manutenção de tumores, bem como para a aquisição de um fenótipo invasivo permanece pouco explorada.
Acredita-se que o tumor possui uma organização hierárquica, na qual células iniciadoras de tumor (CITs) tumorigênicas ?se diferenciam? em células não tumorigênicas. Desta forma, CITs são definidas como células capazes de se autorrenovar, iniciar tumores e sustentar o crescimento tumoral. Elas são também resistentes à quimio- e radioterapia e acredita-se que elas sejam responsáveis pela disseminação tumoral e pelo crescimento de mestástases. Dessa forma, para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas dirigidas a estas populações raras de células é preciso determinar o papel da quinase Aurora A para o fenótipo tronco-tumoral das células iniciadoras de tumor (CITs), uma vez que, acredita-se que esta subpopulação celular seria responsável pela manutenção do tumor e pela sua disseminação.
Estas são questões importantes porque a falta deste conhecimento impede a identificação de novos alvos terapêuticos potenciais que poderiam levar a avanços no desenvolvimento de tratamentos para pacientes com neoplasias induzidas pela KRAS. A razão fundamental que rege o nosso programa de pesquisa é que se espera que este vá fornecer novas informações importantes sobre os mecanismos moleculares acionados pela KRAS, enquanto que, ao mesmo tempo, espera-se que este programa valide uma nova direção terapêutica.